Qual é o saldo da balança comercial brasileira em relação a China? Quais produtos nós mais exportamos aos EUA? Quais produtos o brasil mais importou? Responder a essas perguntas nunca foi tão fácil. No dia 28 de julho foi lançado o Comex Vis, uma ferramenta de visualização de dados interativa criada pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. A ferramenta possui a série histórica de dados de comércio exterior desde 1997 do Brasil.
O projeto foi completamente desenvolvido com plataformas livres e gratuitas, como o R e o D3Plus. O pacote HTMLWidgets foi utilizado para integrar o R e o D3Plus.
A ferramenta apresenta os dados de uma forma muito maleável, lhe dando acesso às estatísticas de comércio por blocos, continentes, países específicos, ou no Brasil em geral.
Ambos os gráficos a seguir foram tirados da ferramenta, o primeiro apresenta as exportações do Brasil para a China, e a seguinte as importações provenientes da China. As cores são usadas como categorias, o amarelo representando produtos básicos, como grãos e minérios, o cinza claro representa produtos semimanufaturados, por exemplo, borracha sintética e celulose, e o cinza escuro representa produtos manufaturados, que vão de plataformas de perfuração a inseticidas.
Como nós somos bem curiosos, mandamos um e-mail com algumas perguntas para o time do Comex Vis que gentilmente nos responderam. Confira a rápida entrevista:
IBPAD: Quando começou a iniciativa? Quanto tempo de projeto?
Time Comex Vis: Ao longo do primeiro semestre de 2016 o Departamento de Estatística de Apoio à Exportação da Secretaria de Comércio Exterior (DEAEX/SECEX) vem aprimorando algumas publicações e criando novos produtos com os dados de comércio exterior brasileiro. Nesse contexto, há aproximadamente 4 meses começamos alguns experimentos com visualizações interativas testando algumas alternativas. Desde de a escolha do D3Plus (software utilizado no ComexVis) até o dia do lançamento, levamos aproximadamente 3 meses.
IBPAD: Quem são os responsáveis e quantas pessoas trabalharam no projeto?
Time Comex Vis: O projeto foi iniciativa do DEAEX/SECEX. Inicialmente, dois servidores começaram os experimentos e evoluíram até o formato de produto. Atualmente estamos organizando workshops interno para reforçar a equipe e nivelar o conhecimento, assim teremos mais fôlego para evoluir o projeto de forma rápida e sustentável.
A equipe envolvida tem formação, em sua maioria, na área de economia, sendo que um dos envolvidos possui formação em ciência da computação.
IBPAD: Por que escolheram R e D3 Plus?
Time Comex Vis: No contexto de aprimoramento dos nossos produtos, buscávamos uma ferramenta para apoiar nossas análises estatística e o R foi uma escolha natural, considerando o perfil e conhecimento prévio do nossa equipe. Também começamos a usar o R como ferramenta para estruturar rotinas, criar relatórios e gráficos.
Este processo nos levou a necessidade de reformulação de algumas publicações e produtos do nosso portal. Por conta da “integrabilidade” com o R, nos deparamos com o D3Plus, fizemos alguns experimentos e gostamos muito dos resultados. Além do mais, trata-se de um pacote gratuito, simples de usar e gera visualizações muito atrativas.
A integração do R com o D3Plus foi feita usando o pacote htmlwidgets e o produto final gerado com RMarkdown.
IBPAD: Quais são os passos futuros para o projeto?
Time Comex Vis: Pretendemos evoluir o Comex Vis para cobrir o máximo possível das variáveis divulgadas. As próximas visualizações que estamos desenvolvendo são visões focadas em Unidade da Federação e em produtos. As evoluções serão orientadas pelo feedback dos usuários das estatísticas de comércio exterior.
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