Em um mapeamento realizado em 2015 acerca da produção científica sobre fãs, a doutoranda em Comunicação e também pesquisadora do assunto, Giovana Carlos, encontrou apenas 5 pesquisas publicadas na Compós daquele ano e outros 51 trabalhos dispersos em diferentes eixos temáticos da Intercom no mesmo período. Apesar de números ainda tímidos, os números revelam que o tema que tinha pouca importância até então, tem ganhado cada vez mais expressividade nos espaços acadêmicos. A ideia deste post é exatamente apontar alguns dos autores que estão fazendo parte desse movimento de alguma forma, seja com a produção de trabalhos de conclusão (teses, dissertações ou monografias) ou artigos.
1. Adriana Amaral
Doutora em Comunicação pela PUC-RS, atualmente é professora na Unisinos, onde é líder do CultPop (Grupo de Pesquisa em Cultura Pop, Comunicação e Tecnologias). Tem desenvolvido pesquisas que abrangem cultura digital, cultura pop, fãs e subculturas.
- Fandoms transculturais: apropriações nas práticas de shipping dos fãs brasileiros de K-POP no Facebook
- Fãs Organizacionais e suas expressões de relacionamento com as mídias sociais. Uma proposta a partir do estudo do Canal Viva
- ‘De Westeros no #vemprarua à shippagem do beijo gay na TV brasileira: Ativismo de fãs. Conceitos, resistências e práticas na cultura digital brasileira
- Fandoms, Trending Topics and Social Capital in Twitter
2. Bruno Campanella
Doutor em Comunicação e Cultura pela UFRJ, atualmente é professor na UFF e recebeu o prêmio da Compós em 2011 de melhor tese de doutorado com o tema voltado para fãs e reality shows.
- Os olhos do grande irmão: Uma etnografia dos fãs do Big Brother Brasil
- O fã na cultura da divergência: Hierarquia e disputa em uma comunidade on-line
- Compreensão e afetividade: o fã dentro da lógica comercial do Big Brother Brasil
3. Pedro Curi
Doutor em Comunicação pela UFF onde pesquisou sobre hábitos de consumo de fãs brasileiros de séries e também sobre cultura participativa e produção audiovisual com foco em fan films. Atualmente é professor na ESPM-RJ e segue pesquisando sobre fãs e cultura pop.
- Fan films: da produção caseira a um cinema especializado
- À margem da convergência: hábitos de consumo de fãs brasileiros de séries de TV estadunidenses
- A TV deles: Fãs brasileiros assistindo à programação norte-americana
- Casa dos Jedi: a entrada do Brasil no circuito mundial dos fan films
4. Giovana Carlos
Doutoranda em Comunicação na Unisinos, atualmente pesquisa sobre fandoms literários e tem trabalhos que versam sobre mangás, HQ’s e o universo dos fãs de cultura pop japonesa.
- O(s) fã(s) da cultura pop japonesa e a prática de scanlation no Brasil
- Que coisa é essa?”: reflexões sobre a materialidade nos estudos sobre fãs e objetos
- A produção científica sobre fãs na Intercom e na Compós no contexto da comunicação digital e da cibercultura
5. Krystal Urbano
Doutoranda em Comunicação na UFF. Tem pesquisa sobre fãs de animes com ênfase nas práticas de tradução, legendagem e scanlation. Atualmente trabalha mais intensamente com a popularização da cultura pop japonesa e sul-coreana.
- Legendar e Distribuir: O fandom de animes e as políticas de mediação fansubber nas redes digitais
- Fãs, Mediação e Cultura Midiática: dramas asiáticos no Brasil
- De fã para fã: a re-produção informal de animês na cibercultura
6. Sarah Moralejo
Doutoranda em Comunicação na UFRGS. Pesquisa sobre fãs e cultura participativa dentro do contexto da cultura da convergência midiática com foco nos processos de produção participativa e desenvolvimento de conteúdo audiovisual para a web.
- Fanfiction: A manifestação do Leitor como Produtor Textual na Internet
- Fanfiction em tempo real no Twitter: a relação entre mídias na produção participativa sobre a Copa do Mundo
- Supernatural e os fãs: diálogo entre produção televisiva e transmídia
7. Camila Monteiro
Por último, mas não menos importante, a Camila é mestre em Comunicação pela Unisinos e doutoranda na Universidade de Huddersfield (Inglaterra). Ela tem pesquisas com foco em cultura pop e foi a primeira pesquisadora no Brasil a tratar do que chamamos de “antifãs”, ou seja, aqueles que são ao contrário de fãs, conhecidos também como “haters”.
- Fãs, só que ao contrário: um estudo sobre a relação entre os fãs e antifãs a partir do fandom da Banda Restart
- Fandom: cultura participativa em busca de um ídolo
Menção honrosa: boa parte desses autores estão numa lista organizada pela Adriana Amaral e Camila Monteiro que, apesar de ter sido atualizada somente até 2011, pode ser um bom ponto de partida pra quem está a procura de referências.