Lançado em fevereiro de 2016, o recurso de Reactions no Facebook deu muito o que falar e engendrou novas práticas na plataforma. Ao oferecer cinco novos ícones para reação simples a um ou dois cliques de distância, permitiu a conteudistas, planejadores e ativistas enfatizar aspectos emocionais da interação, como amor, afeto, raiva, indignação, surpresa, choque, ironia e riso. O engajamento emocional e competitivo com os botões gerou inúmeras postagens de suposta análise de preferência dos públicos, indo de política a reality shows.
Como analista de dados, você já está aproveitando as reações como input comportamental? Há diversas abordagens possíveis para as reações em áreas como comunicação, ciência política, linguística computacional e psicologia. Selecionamos cinco cases de uso publicados em artigos ou papers para te inspirar:
Estudos com Facebook Reactions
De universidades de linguística e psicologia de Londres e Paris, Ye Tien e colaboradores buscaram entender as influências mútuas entre reações, emojis e textos nas publicações do Facebook, analisando 21 mil posts, 57 milhões de reações e 8 milhões de comentários. Nas conclusões chegaram a 4 tipos de distribuição de reações e cruzaram com os emojis presentes nos comentários.
Rel Guzman e colaboradores da Escola de Engenharia de Sistemas da National University of St Agustin (Peru) realizaram experimento de produção de um modelo preditor de reações a partir de 9 mil títulos de sites diversos como Buzzfeed, 9gag, FoxNews, IMDB e New York Times. Um dos pontos mais interessantes do paper é a Confusion Matrix, que mostra em quais reações o modelo criado mais se enganou (“Uou” e “Grr”) neste caso.
Durante as últimas eleições, nossos amigos do GEIST-UFPR fizeram diversos estudos em tempo real no projeto “Monitor Eleitoral”. Um deles comparou o uso das diferentes reações de sentimento entre os pré-candidatos à prefeitura de Curitiba.
Entre março e julho de 2016, o pesquisador Moreno Mancosu estudou páginas de partidos na Itália e Reino Unido a partir da hipótese de que o uso de comunicação com alto apelo emocional resulta em reações emocionais e discute como isto tem impactos na democracia e processo eleitoral. O resultado principal foi identificar que conteúdos críticos feito por partidos não-populistas não gera tanta reação de “Raiva” quanto por partidos populistas. Os desdobramentos desse tipo de medida são muito relevantes para o estudo de comportamento online.
Marcelo Freire, da UFOP, estudou o grupo “Ogros Veganos” e o uso dos apelos emocionais em postagens que tratam de receitas, crítica ao consumo de carne e luta pelos direitos dos animais.