por Cinara Moura, profª do curso Gestão da Inteligência em Comunicação Digital
Ainda na graduação e durante as minhas primeiras experiências com Marketing Digital, eu percebi o quanto as disciplinas da comunicação atuam de forma estanque, específica, sempre de olho em correr atrás do último prazo que, por sinal, foi ontem. Organizar esse caos ajudando as pessoas a explorarem ao máximo suas capacidades de entrega e comprometimento sempre foi uma possibilidade que me fascinou, tornando-se um caminho natural para mim, assim como buscar e desenvolver conhecimentos relacionados à gestão.
Certa vez, li que Liderança é uma questão de atitude, não de posição. Você pode ser um ótimo líder mesmo com uma função de analista e você pode ser um péssimo líder em posição de diretoria. O mesmo vale para gestão: é necessário gostar de mediar, de entender as pessoas, de resolver problemas delas – que passam a ser seus – de, muitas vezes, ser mais influenciador do que “fazedor”. E isso, não é questão da cadeira que você ocupa, mas de como você percebe o trabalho e as pessoas.
Para desempenhar esse papel, a capacidade de compreender o que está no entorno é essencial, pois para ajudar as pessoas torna-se imprescindível ter e gerar empatia, aproximar as pontas para gerar equilíbrio e ser capaz de criar um ambiente para que as coisas aconteçam. Coisas, nesse caso, podem ser entregas, trabalhos ou mesmo um dia a dia saudável para você e para a equipe.
É nesse tipo de gestão que eu acredito e, trabalhando em áreas correlatas à análise de dados há alguns anos, comecei a perceber a carência de profissionais que sabem fazer a ponte entre a inteligência de dados e outras áreas como Criação, Atendimento, Conteúdo, Novos Negócios ou mesmo campos mais tradicionais como Marketing, Comunicação e Eventos. Profissionais esses que são, assim como eu, essencialmente, gestores ou que tem essa afinidade por fazer com que as coisas aconteçam. Assim, nasceu a ideia de compartilhar conhecimento para empoderar áreas que não trabalham diretamente com análise de dados para explorá-los, sobretudo os profissionais ligados à tomada de decisão.
Nesse sentido, um conceito que tem chamado bastante minha atenção é o de Actionable Insights ou Informações Acionáveis, em português. Segundo a Forbes, é por meio desse tipo de insight que conseguiremos resgatar algo que está se perdendo no dia a dia da comunicação: o valor real dos dados para o negócio.
A ideia é ultrapassar a tradicional pirâmide da gestão do conhecimento – focada na transição de dados a informação e informação em conhecimento – para atingir a ação, transformando esse conhecimento do topo da pirâmide em algo palpável a favor do negócio.
Para trazer para o dia a dia, trata-se de ter um relatório realmente útil ao negócio, com informações pertinentes e direcionadas ao problema do cliente e não apenas focado na leitura de dados ou na comprovação da estratégia perfeita. Pode ser, também, uma pesquisa aplicada a uma necessidade específica identificada, visando trazer mais profundidade e expertise ao entendimento de determinado público.
Repare, então, que nessa missão de dar vida ao insight todas as áreas podem contribuir e é justamente isso que quero defender: uma visão de dados não restrita aos profissionais da área.
Alinhamento, contexto, relevância, especificidade, novidade e clareza são apontados como fatores-chave para que os insights sejam fundamentalmente assertivos a ponto de se converterem em ação. Nenhum desses fatores pertence a uma posição ou área específica, ou seja, todos os profissionais que vivem a comunicação na pele, no dia a dia, têm um importante papel nesse sentido.
A ideia é começar uma reflexão para que mais profissionais possam olhar para os dados e perceber o que e como é possível trabalhar a partir deles.
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