por Ana Paula Talavera*
Grandes avanços são criados na área da realidade virtual, bots, inteligência artificial e outras, com pouco ou nenhum investimento em compreender o verdadeiro xis da questão: em meio a tantos dados gerados pelos próprios consumidores, como levar em conta o imenso significado por trás de tudo que é gerado por eles?
A realidade para quem trabalha com social intelligence é nua e crua: estudos indicam que menos de 1% dos dados gerados globalmente é analisado. Em meio a este cenário, toda marca dedicada a entender as motivações emocionais por trás de seus clientes já estará a frente em construir uma relação verdadeira com eles. Hoje, o propósito da marca está mais do que nunca presente no momento do consumo e um dos principais drives em conectar os consumidores a uma marca é usar a emoção.
“Pode ter certeza, o futuro do marketing, como seu passado, é moldado pelas duradouras realidades de como as pessoas pensam, percebem, sentem, decidem e agem.” John Deighton, especialista em comportamento do consumidor e marketing e professor da Harvard Business School
Em um estudo publicado pela Harvard Business Review, depois de um banco lançar um cartão de crédito direcionado aos Millennials, o uso dentro da geração Y aumentou em 70% e novas aquisições do cartão cresceram 40%, a partir de uma estratégia direcionada a inspirar conexões emocionais. Tais estratégias não precisam mais ser um mistério – elas podem ser uma nova forma de vantagem e crescimento competitivo para as marcas. Veja 10 dos principais motivadores emocionais pela ótica do consumidor traduzidas diretamente do estudo:
- Destacar-se da multidão
- Ter confiança no futuro
- Desfrutar de uma sensação de bem-estar
- Sentir uma sensação de liberdade
- Sentir uma sensação de emoção radical
- Sentir uma sensação de pertencimento
- Proteger o meio ambiente
- Ser a pessoa que ele quer ser
- Sentir-se seguro
- Ter sucesso na vida
Para incentivar os consumidores a terem uma experiência emocional com as marcas, veja o que pode ser feito, respectativamente:
- Projetar uma identidade social única e ser visto como especial;
- Perceber o futuro melhor do que o passado e ter uma imagem mental positiva do que está por vir;
- Sentir que a vida atende às expectativas e esse equilíbrio foi alcançado e procurar um estado sem estresse sem conflitos ou ameaças;
- Agir de forma independente, sem obrigações ou restrições;
- Experimentar um prazer visceral e entusiasmo irresistíveis e participar de eventos divertidos excitantes e cheios de diversão;
- Fazer parte de uma comunidade com pessoas com quem quer se relacionar ou que são como ele deseja ser e sentir-se parte de um grupo;
- Sustentar a crença de que o meio ambiente é sagrado além de agir para melhorar seus arredores;
- Cumprir um desejo de autoaperfeiçoamento contínuo e viver a sua autoimagem ideal;
- Acreditar que o que eles têm hoje estará lá amanhã e perseguir objetivos e sonhos sem se preocupar;
- Sentir que eles conduzem vidas significativas e ir além dos limites financeiras ou socioeconômicas.
A partir desta complexa realidade entre dados e diferentes estilos de vida, identidade e visões de mundo dos consumidores, métodos etnográficos vêm para desbravar o entendimento da percepção dos produtos e serviços, além de fazer entender os momentos cruciais da jornada do consumidor, compreendendo suas aspirações e motivações.
* Ana Paula Talavera é Digital Content Strategist e participou do curso Etnografia em Mídias Sociais