visual methodologiesVivemos em uma era em que há uma grande excitação em torno do ‘visual’. Por muitas vezes, entendemos que o conhecimento também pode ser visualmente construído – e que este conhecimento é tão importante quanto aquele adquirido em uma leitura textual. Há uma movimentação hoje, por parte de alguns teóricos e professores, para que a gramática visual possa ser aprendida nos currículos escolares e universitários da mesma forma que a gramática textual é aprendida.
Não sou eu quem fala isso. Quem fala isso é Gillian Rose, professora da OU (The Open University), uma universidade pública de ensino à distância, fundada pelo Reino Unido em 1969. Pesquisadora e professora, Rose tem ganhado muito destaque em propor e desenvolver metodologias para análise de imagens e outras formatações visuais, que tem ficado cada vez mais comum nos dias atuais.
Sua obra mais famosa é “Feminism & Geography: The Limits of Geographical Knowledge” (1993). Porém, este texto se refere ao maravilhoso livro: ‘Visual Methodologies: An Introduction to the Interpretation of Visual Materials’ (2011).
Neste livro, a autora se dedica a ajudar os entusiastas deste campo a criar uma metodologia de análise de imagens e vídeos. E, apesar de ficar muito explícito que as análises de imagens são interpretativas (ou seja, não há o ‘certo’ e o ‘errado’), isso não significa que não se deve ter uma preocupação metodológica de como fazer estas interpretações.
Nos 8 capítulos de uma leitura prazerosa, a autora invoca importantes conceitos e metodologias de análise consagradas das Ciências Sociais, Psicanálise e Comunicação para mostrar aos leitores caminhos possíveis para uma interpretação assertiva e, mais, como escolher cada caminho. São exemplos de métodos de análise trabalhados no livro: Interpretação Composta, Análise de Conteúdo, Semiótica, Psicoanálise, Análises Discursivas, entre várias outras.

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Diagrama desenvolvido por Gillian Rose sobre escolha de método de análise de imagens (2011)

Vale muito a leitura!