Pesquisas eleitorais ficam mais conhecidas pelos resultados do que por como chegaram lá. Contudo, as escolhas metodológicas adotadas por cada instituto de pesquisa têm reflexos diretos na prévia eleitoral divulgada.
A seguir vamos elencar as principais opções metodológicas para a coleta de dados:
3 Principais metodologias usadas em pesquisas eleitorais
1. Entrevistas face a face:
As entrevistas face a face podem ser domiciliares – em que um entrevistador vai até a casa da pessoa – ou em pontos de fluxo na qual os entrevistadores são colocados em pontos de grande movimento – shoppings, rodoviárias, avenidas movimentadas – e abordam os transeuntes buscando compor uma amostra representativa da população brasileira.
Esse tipo de entrevista ainda é a mais tradicional no Brasil e tem uma grande abrangência geográfica, no entanto, exige um grande esforço logístico e tem altos custos.
Elas tendem a ser substituídas cada vez mais por opções mais baratas como as pesquisas por telefone.
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2. Ligações Telefônicas em pesquisas eleitorais:
Neste formato os institutos utilizam uma listagem de números válidos que são discados aleatoriamente.
As entrevistas podem ser conduzidas por um entrevistador ou por um sistema automático em que é apresentada uma gravação das perguntas do questionário, permitindo que o entrevistado selecione sua resposta através do teclado numérico.
Atualmente a cobertura telefônica no Brasil possibilita acessar praticamente toda a população tornando as pesquisas cada vez mais abrangentes e confiáveis, além disso, o custo dessas pesquisas é menor comparado as pesquisas face a face.
As pesquisas telefônicas também são feitas buscando formar uma amostra representativa da população
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3. On-line:
As pesquisas eleitorais realizadas digitalmente ainda não são muito populares no Brasil. Sua principal vantagem é a diminuição expressiva dos custos em relação as pesquisas face a face e telefônicas.
Contudo, esse tipo de pesquisa ainda apresenta limitações importantes que comprometem sua capacidade de entregar resultados confiáveis e representativos.
Entre esses problemas estão o fato de que o acesso a internet no Brasil ainda não é universal o que naturalmente gera um viés de recrutamento dos entrevistados e dificulta a composição de uma amostra representativa.
A tecnologia facilitou muita as nossas vidas, mas será que no ambiente online é a melhor forma de fazer uma pesquisa eleitoral?
Pesquisas eleitorais são muito mais do que apenas maneiras de pesquisa
Esses são os principais métodos de coleta para pesquisas eleitorais.
No entanto, o pesquisador Neale El-Dash, idealizador do agregador de pesquisas Polling Data alerta que estas não são as únicas escolhas metodológicas relevantes.
“A metodologia é mais do que só os modos de pesquisa: face a face, telefônica, on-line. Ela também é como as questões são enunciadas, a ordem das perguntas no questionário, a forma como é escolhida a amostra, enfim, cada detalhe e escolha afeta [o resultado da pesquisa]”.
O site do TSE disponibiliza a metodologia das pesquisas eleitorais feitas por institutos autorizados no Brasil. É uma boa ferramenta para conhecer as possibilidades e como cada empresa atua.
O IBPAD conversou com o pesquisador Neale El-Dash sobre pesquisas eleitorais, agregador de pesquisas, como driblar o viés de cada instituto e outras tendências e limitações em torno do tema. Para conferir o conteúdo completo assista a live no nosso canal no YouTube.