A MEDIALOGUE DIGITAL divulgou na semana passada a primeira parte da Pesquisa Medialogue Político Digital 2016. “Os rankings dos mais influentes” analisou a presença digital de deputados federais e senadores brasileiros a fim de identificar os políticos que têm feito um bom trabalho na web.
Com 58 milhões de brasileiros seguindo deputados federais e senadores nas mídias sociais em 2016 (um em cada três eleitores, de acordo com dados da pesquisa), é evidente que uma parcela considerável da população passou a se apropriar dos canais digitais para ficar mais próxima dos seus candidatos. No entanto, os resultados revelam que o elo entre esses dois atores ainda são fracos: numa escala de zero a dez para medir a influência digital dos políticos, os deputados federais ficaram com média três e os senadores, cinco.
A análise da pesquisa avaliou cinco blocos de informação para calcular a nota de influência dos políticos, considerando Website, Facebook, Twitter, Instagram e YouTube. O nível de influência do parlamentar é calculado sob as seguintes premissas: (1) presença abrangente na internet e redes sociais; (2) audiência relevante em comparação à sua base de eleitores; (3) nível de interação acima da média em seus canais sociais; e (4) disposição de resposta quando é acionado na internet pelos eleitores.
Os resultados não foram bons: na escala de 0 a 10, a média foi de somente 4 pontos e nenhum deputado federal ou senador alcançou a nota máxima. Os influentes (usam recursos disponíveis na internet e se comunicam com audiências importantes) somam apenas 15% dos parlamentares, enquanto 58% fazem parte da categoria presentes (estão presentes na internet e nas redes sociais com baixa audiência e pouca interatividade) e 27% firmaram-se na categoria ausentes (têm apenas presença pontual e isolada na internet, podendo manter perfis nas redes sociais sem atividade).
A pesquisa é muito eficaz na avaliação da presença digital dos políticos na web, mas abre debate sobre como estes critérios podem ser correspondidos pela categoria de influência. A maturidade digital desses atores pode refletir numa audiência mais consolidada e engajada, mas não exatamente corresponde a um aspecto de influência. Para além disso, questiona-se onde essa influência seria relevante – o discurso tem mais legitimidade sobre um público específico? As audiências convergem para avaliar uma influência nacional? Ou delimita o “poder de fala” apenas entre os fãs de cada parlamentar? O que vocês acham?