Duas atividades que, num primeiro olhar, podem ser percebidas como distantes e sem conexão entre si, mas a análise de redes sociais na internet e a área de relacionamento com a imprensa juntas trazem resultados estratégicos que vão desde economizar tempo no mapeamento de veículos, descobrir canais novos ou que não eram de conhecimento, encontrar influenciadores em determinados nichos, entre outros.
A partir de um exemplo pessoal, iniciei um mapeamento de veículos do movimento independente com uma base de listagem de 21 páginas do Facebook. Gerei a rede dessas páginas e tive como resultado 1.503 nós e 8.601 arestas. Por enquanto não trabalhei na visualização da rede, mas sim no laboratório de dados do Gephi.
Baixei a planilha disponibilizada no laboratório, limpei a base e deixei as páginas que realmente eram veículos de comunicação e de interesse para o meu objetivo. Restaram 145 veículos levantados em menos de um dia de trabalho.
O interessante é que minha base era de veículos de mídia independente, mas entre esses vieram algumas conexões que para o meu objetivo podem ser categorizadas como influenciadores, grande imprensa, mídia internacional e outras representações que poderão se tornar parcerias estratégicas na divulgação pela qual realizei essa tarefa.
Quando trabalhamos na visualização da rede pensando clusters e grau de entrada, temos:
É possível notar uma rede que mescla veículos da cidade do Rio de Janeiro e mídia ativista internacional no cluster vermelho, no lilás uma rede feminista e negra. Além de veículos que transitam no meio da rede, sugerindo certa mobilidade em várias pautas como Jornalistas Livres, Brasil de Fato e Revista Fórum.
A partir desse cenário é possível determinar quais veículos vão receber pauta exclusiva em determinados temas, por exemplo. Ou ainda, traçar estratégias para influenciadores ou porta vozes, como no cluster laranja mais distante na rede são os artistas que se conectam com alguns veículos e por sua vez com certas pautas, como Racionais que se conecta à Mães de Maio, embora Mães de Maio não seja necessariamente um veículo, sugere temas e “parcerias” de mídia. É possível explorar ainda mais a rede, refazendo o processo com as 145 páginas, por exemplo. Ou aprofundando as demais conexões na visualização.
O relacionamento com a imprensa, que mudou até no nome, antes assessoria de imprensa, deve acompanhar as mudanças e avanços tecnológicos e de internet. E nada melhor do que juntar habilidades para otimizar processos e resultados.