Quando falamos em análise eleitoral, existem mitos e verdade que rondam o tema. O voto é uma escolha feita racionalmente? O que interfere ou não na aprovação e crescimento de um candidato?

No último IBPAD Entrevista, Pedro Mundim, que é professor de ciência política da Universidade Federal de Goiás, comentou sobre essas ideias que nascem de concepções irreais acerca da análise eleitoral.

O que você vai conferir:

  1. Análise eleitoral
  2. 3 mitos sobre a análise eleitoral
    2.1 Racionalidade
    2.2 Argumento de escolha
    2.3 Impacto da mídia

Análise Eleitoral

A análise eleitoral vai se atentar ao comportamento do eleitor, individualmente e em grupo, e estudar todos os fatores que permeiam e interferem na tomada de decisão. Vai identificar o que move o eleitorado em direção as suas preferências em relação à movimentação dos candidatos e suas propostas.

3 mitos sobre a análise eleitoral

Racionalidade

O eleitor não é racional? Mesmo que nem sempre haja dessa forma, o professor Mundim assegura que sim, o eleitor é racional. “Olhando o eleitorado como um todo a gente consegue, após vários anos de estudos e análises, perceber que as escolhas são baseadas na racionalidade do eleitor”.

Isso se justifica porque é possível identificar que estão fazendo aquilo que elas preferem na hora da escolha. Por suas razões individuais, elas elencam os candidatos que mais se encaixam e conversam com suas preferência, tornam o voto uma decisão racional.

Argumento de escolha

Também acredita-se por aí que nem todas as pessoas são capazes de explicar o motivo que as levou a votarem da maneira que fizeram, porém não é verdade. “Não é que elas estão votando no candidato A, que eu não gosto, porque elas não perceberam que o candidato B, que eu gosto, é muito melhor do que o A”, explica Mundim.

As pessoas são, sim, capazes de justifica o voto com base nos valores e critérios que ela definiu que são importantes para essa escolha. O que pode vir a acontecer é a falta de acesso á informação, que vai interferir em todo o processo, mas não impede que a pessoa ainda consiga explicar o que levou à decisão.

Impacto da mídia

Será que os meios de comunicação são capazes de mudar a opinião das pessoas de uma hora pra outra? De acordo com o professor Mundim, definitivamente não é assim que funciona. Segundo ele, “não tem uma correlação positiva e forte”.

Isso é explicado pelo fato de que eleitores entusiasmados não são, no geral, abertos a mudar de opinião. Por isso, a ideia que o tempo de tempo na televisão vai beneficiar um candidato é imprecisa, já que a capacidade de influência do comportamento não está ligada a esse fator.

“Do ponto de vista comportamental, não existe nenhuma razão para se esperar que um candidato perca voto por falta de horário eleitorial televisionado. A ideia da perda de votos por esse motivo nasce de uma concepção equivocada sobre como as pessoas decidem em quem elas vão votar”, conclui.

Considerações finais

Não dá para alimentar mitos por aí que não refletem a realidade das análises eleitorais, que há muitos anos investiga como se dão as tomadas de decisão dos grupos de eleitores. É fundamental compreender da maneira mais adequada o que conduz o comportamento do eleitorado diante da decisão do voto.

Se você se interessa pelo tema, não deixe de conferir o curso A Ciência do Voto. Ele também o ministrado pelo professor Pedro Mundim, o último entrevistado do IBPAD, e está cheio de conteúdo de valor sobre o tema.

Confira abaixo o conteúdo completo da IBPAD Entrevista, disponível no Youtube, com o professor Pedro Mundim:

https://youtu.be/APOKZIWnZ1Y

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