A pesquisa qualitativa é um método de investigação científica que tem como principal característica a análise de poucos casos de maneira bastante aprofundada. 

As técnicas qualitativas são muito utilizadas nas Ciências Sociais, principalmente na Sociologia e na Antropologia. 

A pesquisa qualitativa permite examinar, por exemplo, o comportamento dos consumidores em relação a um determinado produto. 

Poucas pessoas podem ser entrevistadas, mas essas entrevistas tendem a ser mais longas e o pesquisador faz mais perguntas abertas (ou seja, aquelas que não possuem opção de múltipla escolha). 

Apesar de não permitir generalizações da mesma maneira como faz a pesquisa quantitativa, a pesquisa qualitativa pode revelar nuances do comportamento social que os números nem sempre explicam.

 

 

Mas qual a importância da pesquisa qualitativa?

As sociedades são dinâmicas e estão em processo de mudança contínua. 

E as pessoas guardam em si individualidades próprias da existência humana. 

Isso quer dizer que a pesquisa social precisa ser realizada através de diferentes abordagens metodológicas. 

Nas palavras da pesquisadora Ormezinda Maria Ribeiro: “o ser humano não é um ser compartimentado e não pode estar enquadrado em simples dados com comprovação aritmética”.

Ou seja, os seres humanos e as sociedades humanas são tão complexos que a pesquisa quantitativa nem sempre dá conta de responder tudo. 

Pesquisa qualitativa ou quantitativa?

A pesquisa quantitativa nem sempre consegue responder tudo, mas isso não quer dizer que ela não seja importante. 

Os métodos qualitativos e quantitativos não são oponentes. Eles são complementares. 

E as abordagens multimétodos têm sido bastante utilizadas na pesquisa social.

Pesquisa qualitativa: O que é um grupo focal?

Grupo focal é um grupo de discussão mediado por um pesquisador. Geralmente, esses grupos têm cerca de 10 participantes. 

O pesquisador faz perguntas abertas aos entrevistados e estimula o debate sobre o tema que está sendo investigado. 

Os grupos focais podem ser utilizados, por exemplo, para entender como os eleitores se comportam diante da propaganda eleitoral de um determinado candidato. 

Eles podem ser realizados presencialmente ou em salas virtuais. Conheça alguns trabalhos que usam essa técnica metodológica.

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Veja alguns exemplos de Pesquisa qualitativa e exemplos de trabalhos que usam grupos focais

Exemplo 1: Grupos focais com assessores de deputadas federais

Um grupo focal foi utilizado por Antonio de Barros, Isabele Mitozo e Elisabete Busanello no artigo “Depois de eleitas: os desafios de deputadas federais para o exercício do mandato”. 

Os pesquisadores queriam compreender que problemas as mulheres que entram para a política enfrentam. 

Para isso, fizeram um grupo focal online com 12 assessoras/es de deputadas federais eleitas em 2014. 

E, a partir dos resultados, elaboraram um questionário que foi aplicado a 506 assessoras(es). O trabalho foi publicado na Revista Brasileira de Estudos Políticos

Métodos usados e conclusões acerca da pesquisa

O grupo focal foi a técnica qualitativa utilizada para aperfeiçoar a técnica quantitativa. Ou seja, as conversas do grupo focal ajudaram os pesquisadores a elaborar um bom questionário com perguntas de múltipla escolha. 

E ficou claro que as desigualdades de gênero não fazem com que as mulheres enfrentem obstáculos somente no período das eleições.

Isso acontece também ao longo dos mandatos. Mulheres tendem a ter mais dificuldade de aprovar projetos e de participar de relatorias, por exemplo. 

Exemplo 2: Propaganda negativa e eleições presidenciais

Grupos focais foram utilizados por Felipe Borba, Luciana Veiga e Flávia Bozza no artigo “Os condicionantes da aceitação e da rejeição à propaganda negativa na eleição presidencial de 2014”. 

O objetivo dos pesquisadores era entender como os eleitores se comportam diante da propaganda eleitoral negativa. 

Ou seja, o que pensam os eleitores quando um candidato usa o seu tempo de TV para atacar um adversário. Neste trabalho, os grupos focais são as principais fontes de dados. 

Resultados da pesquisa

Os resultados mostram que os eleitores aceitam os ataques que são fundamentados por dados e que tratam de temas políticos. 

Ataques pessoais e desprovidos de evidências tendem a ser mal vistos. O artigo foi publicado na Revista Brasileira de Ciência Política.  

Exemplos 3: Grupos focais e saúde

Os grupos focais são utilizados por Rosana Onocko Campos e colegas no trabalho “Avaliação da rede de centros de atenção psicossocial: entre a saúde coletiva e a saúde mental”. 

A intenção dos pesquisadores era examinar como estavam funcionando os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) da cidade de Campinas. 

Para isso, eles realizaram 20 grupos focais com os trabalhadores dos centros de saúde mental, com os pacientes e com os familiares dos pacientes. 

O objetivo era ter acesso às opiniões de todos os grupos que frequentavam os locais O artigo foi publicado na Revista de Saúde Pública

Conclusão: O problema da falta de profissionais

Apesar das avaliações positivas, a redução da equipe nos plantões noturnos e nos fins de semana foi um dos principais problemas indicados pelos participantes da pesquisa. 

Quando o quadro de funcionários é reduzido, aqueles que estão trabalhando ficam sobrecarregados e o atendimento acaba comprometido.

Veja mais 3 exemplos de pesquisa qualitativa sendo utilizadas em psicologia.

Origem da pesquisa qualitativa no brasil

A origem da pesquisa qualitativa no Brasil é tema do artigo “Origem inusitada da pesquisa qualitativa em Ciências Sociais no Brasil”, de Maria Cecília Minayo. 

Segundo a autora, os métodos qualitativos passaram a ser utilizados pelas Ciências Sociais no país com a pesquisa do IBGE “Estudo Nacional da Despesa Familiar”.

Entre 1974 e 1979, o IBGE visitou 55 mil domicílios brasileiros para entender as condições de vida da população. O foco da pesquisa era o consumo alimentar das pessoas.

Foto de autor Minayo

A parte qualitativa

Além do questionário com perguntas fechadas aplicado em todos os domicílios visitados, o Endef possuía um item chamado “Observações sobre a unidade pesquisada”. 

Nesse campo, o agente do IBGE poderia colocar as suas impressões sobre questões que não tinham sido contempladas pelo questionário. O espaço aberto teve a adesão de 1200 agentes.

O retrato da fome no Brasil

Na época, a divulgação dos dados qualitativos foi proibida porque evidenciaram a miséria extrema em que viviam muitos brasileiros. 

Os agentes do IBGE relataram que pessoas se alimentavam de folhas de cafezal, cascas de batata, lixo, ratos, carvão, miolo de xaxim e minhocas. 

Essas informações só foram abertas ao público 11 anos mais tarde.

Pesquisa qualitativa: Entrevistas em profundidade

A entrevista em profundidade é uma técnica de pesquisa qualitativa. 

O pesquisador tende a fazer mais perguntas abertas (sem opção de múltipla escolha) porque o objetivo é fazer com que o entrevistado fale amplamente sobre o assunto que está sendo investigado.  

As entrevistas em profundidade podem ser feitas com líderes de opinião ou com pessoas comuns. 

E as perguntas podem explorar seus desejos, crenças e vivências. Por exemplo, é possível investigar a rotina jornalística entrevistando alguns jornalistas. 

Ou examinar o que pensa a classe política entrevistando alguns parlamentares. Além disso, a entrevista em profundidade pode ter muitos níveis de estruturação. 

O pesquisador pode estabelecer um roteiro fixo de perguntas ou pode criar um roteiro mais flexível, no qual ele possa inserir novos questionamentos ao longo da conversa. Conheça alguns trabalhos que usam essa técnica metodológica.

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Pesquisa qualitativa e exemplos de trabalhos que usam entrevistas em profundidade

Exemplo 1: Entrevistas em profundidade nos partidos políticos

Entrevistas semiestruturadas foram utilizadas por Jamil Marques e Aline Carneiro no trabalho “Corações, mentes e estratégias: a relação entre “marqueteiros” e políticos durante as eleições de 2012 em Fortaleza”.

Eles entrevistaram cinco agentes da campanha do PT: o próprio candidato, a presidente do partido e três profissionais responsáveis pela comunicação. 

A técnica qualitativa ajudou os autores a entenderem como os agentes do campo político e do campo da comunicação trabalham em conjunto. O artigo foi publicado na Revista de Sociologia e Política.

Conclusão: O Lula é tão importante assim?

Nas campanhas municipais em 2012, marqueteiros e líderes políticos não discordavam sobre a importância do Lula nas campanhas municipais. 

Todos os entrevistados acreditavam que insistir na imagem pessoal de Lula era fundamental para garantir a vitória em Fortaleza.  

Exemplo 2: Entrevistas em profundidade e extremismo de direita

As entrevistas em profundidade foram utilizadas por Philip Baugut e Katharina Neumann no artigo  “How Right-Wing Extremists Use and Perceive News Media Journalism”.

Eles queriam entender o que os grupos de extrema direita pensam sobre as organizações de mídia e como utilizam as plataformas de comunicação. 

Para isso, entrevistaram sete ex-integrantes de grupos extremistas da Alemanha. O artigo foi publicado na revista internacional Journalism & Mass Communication Quarterly e já foi discutido no blog do Ibpad. 

Os Extremistas consideram a mídia tendenciosa

E todos os entrevistados chegaram a exercer cargos de liderança dentro dos movimentos. 

Eles consideram a cobertura midiática sobre o extremismo de direita tendenciosa e hostil. 

Assim, uma das responsabilidades dos líderes era escolher notícias “confiáveis” que poderiam ser consumidas pelos integrantes do grupo. 

Entrevistas em profundidade e políticas públicas

As entrevistas em profundidade também podem esclarecer como são implantadas as políticas públicas. 

Antônio Teixeira entrevistou alguns dos responsáveis técnicos pelos projetos de transparência do Senado Federal. 

O título do artigo é “O projeto de transparência do Senado Federal: entre a accountability e a propaganda política” e ele foi publicado na Revista Sociologias 

Conheça a importância da pressão midiática para a transparência

Em maio de 2013, aconteceu o relançamento do Portal de Transparência do Senado Federal. 

De acordo com os entrevistados, o projeto foi impulsionado pela pressão midiática, que se intensificou após o escândalo dos atos secretos, usados para nomear parentes e aumentar salários. 

Entretanto, ao contrário do que dizia o então presidente do Senado, Renan Calheiros, a política pública não era inédita, mas apenas a reestruturação interna de um sistema que já existia.

Separamos 5 conteúdos especiais para você aprender mais sobre pesquisa qualitativa.

Pesquisa qualitativa: Etnografia

A etnografia é uma técnica observacional qualitativa muito utilizada por antropólogos e sociólogos. 

Ela ocorre a partir da imersão do pesquisador no seu objeto de estudo. Ou seja, o pesquisador passa um período observando o grupo social investigado. 

Por exemplo, uma pesquisa que etnográfica pode examinar a juventude de uma determinada comunidade rural. 

Para isso, o pesquisador precisa conviver com esses jovens e observar seus comportamentos, suas tradições familiares, seus recursos financeiros, sua vida escolar etc.

Pesquisa qualitativa e exemplos de trabalhos que utilizam etnografia 

Exemplo 1: Etnografia de pessoas em situação de rua

No artigo “Provações corporais: uma etnografia fenomenológica entre moradores de rua de Paris”. 

Daniel Cefaï estuda a interação entre pessoas em situação de rua que vivem na cidade de Paris e agentes do Samusocial de Paris (organização não governamental que atende esse público). 

O artigo foi publicado pela Revista Lua Nova

Conclusão: A importância da interação pessoal

O atendimento de emergência do Samusocial de Paris precisa focar nos corpos das pessoas em situação de rua. Alimentar, hidratar, evitar a hipotermia e demais enfermidades é o objetivo do atendimento. 

Contudo, mostra se que a relação entre agentes e a população de rua vai além disso. 

As relações são permeadas por emoções. “Eles [os agentes] aplicam procedimentos, mas também têm a capacidade de experimentar as situações pessoalmente, de usar, à flor da pele, os sentidos e o bom senso”.

Etnografia da população indígena da Amazônia

Juarez Pezzuti e Rodrigo Chaves fazem uma etnografia dos índios Deni para entender como eles fazem uso dos recursos naturais da região. 

O artigo “Etnografia e manejo de recursos naturais pelos índios Deni, Amazonas, Brasil” foi publicado pela Revista Acta Amazônica

Resultado: Nomadismo dos índios Deni

Os Deni vivem da caça, da pesca e da agricultura, mas se deslocam periodicamente para evitar o esgotamento local de recursos. 

A média de ocupação de uma aldeia não costuma passar de cinco anos. 

Os deslocamentos também ocorrem quando as populações são acometidas por doenças levadas pelos brancos (tuberculose, pneumonia etc.). 

Exemplo 3: Etnografia dos usuários de crack

No artigo “Etnografia da cracolândia: notas sobre uma pesquisa em território urbano”, Rubens Adorno e colegas fazem uma etnografia da cracolândia em São Paulo. O artigo foi publicado na Revista Saúde e Transformação Social

Conclusão: Etiquetas sociais e a importância da alimentação

A etnografia encontrou alguns comportamentos que visavam manter uma certa etiqueta social.

Os usuários camuflam o cachimbo ou não fumam crack na presença de crianças ou de agentes externos (agentes de saúde, agentes sociais, jornalistas e pesquisadores). 

Há também uma ideia de que a alimentação adequada ajuda a controlar o vício. Ou seja, comer diminui a vontade de usar a próxima pedra.

Pesquisa qualitativa: Etnografia digital

E se a etnografia já foi uma técnica restrita a antropólogos e sociólogos, hoje ela é utilizada por pesquisadores de outras áreas, como a Ciência Política. 

E isso ocorre principalmente porque muitos trabalhos vêm associando a etnografia com o ambiente digital. 

Ou seja, uma nova técnica observacional qualitativa vem sendo empregada: a etnografia digital (também chamada de netnografia). 

Com tantos dados disponíveis na internet, os pesquisadores estão observando os grupos sociais que desejam estudar nos ambientes digitais. 

Blogs, grupos de discussão no Facebook, aplicativos de vídeos curtos podem render pesquisas etnográficas. 

E, ao contrário do que ocorre com a etnografia clássica, na etnografia digital, a interferência do pesquisador na rotina do grupo tende a ser nula. 

A etnografia digital também pode ajudar na continuidade de pesquisas que foram interrompidas ou modificadas com a pandemia da Covid-19. 

A nova rotina de cuidados permanentes torna as metodologias digitais ainda mais importantes. Saiba mais sobre isso aqui.

Pesquisa qualitativa e exemplos de trabalhos que utilizam etnografia digital

Exemplo 1: Etnografia digital e feminismo

A etnografia digital foi utilizada por Bianca Zarpellon e Kátia dos Santos no artigo “Ciberativismo: efeitos do discurso feminista a partir de uma etnografia digital”. 

As autoras queriam entender como o movimento feminista produz suas práticas discursivas em ambientes digitais. 

Para isso, elas investigaram o blog Escreva Lola Escreva e a página do Facebook Feminismo sem demagogia. O artigo foi publicado na Revista Interletras.

Resultado da pesquisa: Ambiente feminista facilita a troca de informações

A etnografia digital dos ambientes feministas mostra que a internet facilita a troca de informações entre as mulheres participantes. 

Mas como as páginas possuem grande alcance, as participantes também sofrem ameaças e discursos de ódio de pessoas que não concordam com as publicações. 

Exemplo 2: Etnografia digital e identidade LGBTI+

A etnografia digital foi a técnica metodológica escolhida por Yuri Estevão-Rezende no artigo “Gay de direita deveria nascer hétero: essencialização identitária e discursos entre LGBT+ no Facebook”. 

Ele passou três meses acompanhando um grupo do Facebook destinado a pessoas LGBTI+. 

A intenção do pesquisador era entender as identidades partidárias e ideológicas desse grupo social. O artigo foi publicado na Revista Eletrônica de Ciências Sociais

Conclusão: pesquisa Identidade sexual e ideológica

O texto mostra que a sexualidade ou a identidade LGBTI+ não está vinculada a um determinado posicionamento ideológico (para a esquerda ou para a direita).

Pessoas LGBTI+ podem se identificar com a direita, com o capitalismo e até mesmo com o conservadorismo. 

É necessário levar em conta que a sexualidade e a identidade de gênero se relacionam com outros marcadores sociais, como raça, classe social e geração.

Exemplo 3: Etnografia digital no TikTok

Andreas Schellewald escolheu a etnografia digital para examinar as práticas comunicativas do TikTok. 

Ou seja, nesse caso, a intenção do autor não era examinar um grupo social específico, mas as características do aplicativo. 

Para isso, ele explorou os vídeos do TikTok por seis meses. Os resultados do trabalho detalham as linguagens e as estéticas presentes no aplicativo. 

O nome do texto é “Communicative Forms on TikTok: Perspectives From Digital Ethnography” e ele foi publicado na International Journal of Communication

Conclusão: O Tiktok não é só entretenimento

Ao contrário do que muitos pensam, o TikTok não se resume a entretenimento rápido, simples e viciante. 

O aplicativo tem uma estrutura muito dinâmica e está aberto aos mais diversos tipos de conteúdo. 

Novos estudos precisam investigar melhor como as pessoas – de baixo para cima – conseguem interagir com os algoritmos da plataforma e receber os vídeos que mais as interessam.

Como a pesquisa qualitativa pode ajudar dias de hoje

Atualmente as informações e as pessoas estão em constantes mudanças, por isso devemos estar sempre nos atualizando e de preferência com dados.

Ao longo desse texto você entendeu o que é uma pesquisa qualitativa e qual a sua importância.

Para você aprofundar ainda mais o seu conhecimento deixaremos em baixo mais conteúdos para você poder estudar mais sobre o assunto.

Saiba qual é a diferença entre pesquisa qualitativa e quantitativa.

Análise de Discurso e Análise de Conteúdo na pesquisa Qualitativa.

Entrevistas em Profundidade: Uma técnica qualitativa.

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