O random-digit dialing (RDD) é uma forma de amostragem probabilística utilizada em pesquisas telefônicas e que seleciona os entrevistados a partir de uma “discagem de dígitos aleatórios”. A aplicação do método significou um avanço na qualidade dos resultados das pesquisas telefônicas.
As pesquisas telefônicas no Brasil, inicialmente, era vistas desconfiança. A abordagem apresentava dois problemas básicos: o baixo nível de acesso telefônico no Brasil e o problema de amostras retiradas a partir de listagens.
Originalmente as pesquisas eram conduzidas a partir de alguma listagem de números específica. Os institutos de pesquisas compravam a base pronta de números coletadas por terceiros, por exemplo, listas de assinantes de algum serviço ou de compradores de um produto/loja. O modo como os números foram obtidos nem sempre era claro e, portanto, o possível viés da lista era desconhecido para os pesquisadores.
O método não garantia com precisão que houvesse uma possibilidade real de que a amostra era realmente aleatória uma vez que as listas sempre continham algum nível de viés.
O RDD ameniza esse dilema metodológico. Nele existe uma probabilidade virtualmente igual de que cada número possa figurar na amostra entrevistada do eleitorado. Além disso, o RDD também permite um controle das cotas geográficas na amostra utilizando o DDD dos números discados. Isso representa uma vantagem significativa em relação aos métodos de pesquisa telefônica iniciais e torna as pesquisas telefônicas cada vez mais acuradas.
A outra limitação metodológica era significativa porque há 15 anos realizar pesquisas eleitorais apenas pelo telefone significava excluir uma parte considerável do eleitorado que não tinha acesso a telefonia – fixa ou móvel. Ao longo dos anos, com o crescimento do acesso telefônico e a possibilidade de aleatorizar os números discados, as pesquisas deste tipo ficaram mais práticas em termos logísticos e menos enviesadas.
Segundo dados de 2019 da Anatel, existem mais de 225 milhões de linhas telefônicas no Brasil – considerando apenas os dados da telefonia móvel. Hoje a cada 100 habitantes do Brasil 99,3 têm acesso a uma linha de telefonia móvel. Em maio de 2005 esse número era de 40,6 para cada 100 habitantes.
Ainda que haja diferenças entre a penetração da telefonia móvel em diferentes regiões do Brasil a expansão do acesso à telefonia, tanto móvel quanto fixa, no país tornou mais práticas e confiáveis as pesquisas realizadas pelo telefone.
O IBPAD conversou com o pesquisador Neale El-Dash sobre pesquisas eleitorais, agregador de pesquisas, como driblar o viés de cada instituto e outras tendências e limitações em torno do tema. Para conferir o conteúdo completo assista a live no nosso canal no YouTube.
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