Todos nós sabemos a importância que deve ser dada a pesquisa qualitativa, mas agora iremos um pouco mais além, iremos ver duas estratégias relevantes para os dias de hoje.
A Análise de Discurso e a Análise de Conteúdo são duas estratégias metodológicas utilizadas para examinar processos comunicativos.
Os pesquisadores podem utilizar diversas técnicas de coleta de dados: entrevistas, grupos focais, gravação de programas de TV, raspagem de notícias de jornais, raspagem de postagens em redes sociais etc.
Mas além de uma técnica de coleta de dados, o pesquisador precisa escolher uma técnica de análise dos dados coletados. A Análise de Discurso e a Análise de Conteúdo desempenham esse papel.
O que é pesquisa qualitativa? Clique aqui para ver conteúdo completo.
Pesquisa qualitativa: Análise de Discurso
Análise de Discurso
A Análise de Discurso é utilizada para examinar textos orais e escritos. Linguagens não verbais também podem ser consideradas pela Análise de Discurso.
Se o pesquisador quer examinar uma entrevista concedida por um ator político a um programa de TV, por exemplo, a Análise de Discurso olha para o texto da entrevista e para a linguagem corporal do entrevistado e/ou do entrevistador.
Os sentidos implícitos da linguagem
A Análise de Discurso reflete sobre o texto de forma bastante aprofundada. O pesquisador olha para as condições de produção do texto e para os seus mais diversos significados.
Nas palavras de Mônica Cappelle, Marlene Melo e Carlos Alberto Gonçalves, a Análise de Discurso reflete sobre os sentidos implícitos da linguagem.
O pesquisador precisa considerar as questões sociais, históricas e ideológicas que estão associadas à linguagem. É por isso que a Análise do Discurso costuma ser utilizada para o estudo de um número pequeno de textos.
Você sabe qual é a diferença entre pesquisa qualitativa e quantitativa?
Pesquisa qualitativa: Análise de Conteúdo
A Análise de Conteúdo também é utilizada para examinar textos orais e escritos. Porém, ao contrário da Análise de Discurso, a Análise de Conteúdo tende a ser mais objetiva.
O pesquisador classifica os textos a partir de categorias pré-estabelecidas. Esse tipo de metodologia pode ser utilizada para o estudo de um número grande de textos. A Análise de Conteúdo pode ser uma pesquisa qualitativa ou quantitativa.
Veja agora o artigo sobre pesquisa qualitativa e grupos focais aqui.
Análise de Conteúdo qualitativa
A Análise de Conteúdo qualitativa procura interpretar os significados de um texto a partir de uma codificação manual.
Ou seja, o pesquisador precisa ler (ou assistir) todo o seu corpus de pesquisa e classificá-lo de acordo com as categorias de análise estabelecidas previamente.
É importante esclarecer que a Análise de Conteúdo qualitativa não rejeita a quantificação.
Nas palavras da pesquisadora Laurence Bardin Bardin: “Somente os índices é que são retirados de maneira não frequencial, podendo o analista recorrer a testes quantitativos”.
Análise de Conteúdo quantitativa
A Análise de Conteúdo quantitativa pode ocorrer de forma automatizada. Nessa técnica, o que importa é a frequência de aparição das palavras e a proximidade entre elas.
O pesquisador Emerson Cervi explica que a unidade de análise é a palavra isolada. “Mede-se a presença total (número de citações do termo/palavra), a presença relativa por subcorpus do texto e as relações com outros termos/palavras”.
Além de eliminar a subjetividade do pesquisador, essa técnica pode ser aplicada a grandes quantidades de textos.
Iramuteq
A Análise de Conteúdo quantitativa pode ser feita através do Iramuteq, um software gratuito que foi desenvolvido na França e funciona através da linguagem R.
Exemplo de Análise de Conteúdo qualitativa e quantitativa
No texto “Conversação política na fanpage do Movimento Brasil Livre”, os autores Rafaela Sinderski e Emerson Cervi fazem uma Análise de Conteúdo quantitativa de 11.082 comentários coletados na página do MBL.
O gráfico abaixo mostra as palavras que mais aparecem e que elas se dividem em quatro clusters: o cluster 1 relaciona à maioridade penal à segurança pública, o cluster 2 apresenta uma perspectiva educacional e os clusters 3 e 4 tratam também de outras questões ligadas ao cenário político brasileiro.
No texto “Como o agente fiscalizador utiliza a comunicação online?”, os autores Andressa Kniess e Jamil Marques fazem uma Análise de Conteúdo qualitativa de 4.212 postagens da Controladoria-Geral da União.
Eles leram todas as postagens e as classificaram de acordo com categorias pré-estabelecidas: assunto da postagem, menção de legislações na postagem, menção de atores políticos na postagem etc.
Veja quais são as ferramentas utilizadas na pesquisa qualitativa.
Veja como fazer pesquisa qualitativa e grupos focais
Será que é tão difícil fazer uma pesquisa qualitativa e grupos focais? Bom, isso depende de alguns fatores.
Depende do quão você sabe e o quão disposto está para colocar em prática, e foi pensando nisso que a IBPAD resolveu facilitar a vida de quem precisa fazer pesquisa qualitativa de modo fácil. Até mesmo para quem não sabe nada sobre o assunto.
Para ajudar você nessa jornada de conhecimento, vamos deixar abaixo alguns artigos para estudo sobre pesquisa qualitativa:
Qual a relevância do uso da pesquisa qualitativa e quantitativa?
---Para quem quer se aprofundar mais no uso de dados na política, o Ibpad lançou uma Formação completa com quatro cursos incríveis, confira:
Dados & Mapas – Identifique regiões de eleitores leais utilizando bases geolocalizadas
Pesquisas Eleitorais – Para tomar decisões corretas utilizando pesquisas de opinião
Pesquisa Qualitativa – Para entender como os eleitores pensam utilizando grupos focais
Inteligência de Dados em Mídias Sociais – Para quem quer ser relevante nas redes monitorando e analisando dados online